sexta-feira, 16 de julho de 2010

DE TERRAS DE TRANCOSO(PORTUGAL) A ITABIRITO (MINAS GERAIS - BRASIL)


Luis de Figueiredo Monterroyo era senhor de Torre do Terrenho, freguesia histórica do concelho de Trancoso e viria a ser, no início do século XVIII, fundador da também histórica cidade de Itabirito (Minas Gerais), no Brasil.

Tudo aconteceu entre 1706 e 1709, quando o Capitão-Mor Francisco Homem Del Rei e o piloto da Nau Nossa Senhora da Boa Viagem, Luis de Figueiredo Monterroio ou Monterroyo chegaram aquela região em busca de ouro, concretamente à Mina de Cata Branca, localizada próximo ao Pico de Itaubira do Rio de Janeiro, onde criaram os primeiros núcleos populacionais. Aqui se estabeleceram, fundando o povoado denominado Itaubira do Rio de Janeiro de Nossa Senhora da Boa Viagem .

Diz padre Miguel Ângelo Fiorillo, nos seus “Fundamentos Históricos da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem” editado em 1996, no Brasil (Itabirito) que “ a paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem teve o nome de Itaubira do Rio de Janeiro desde o ano de 1660” e que recebeu mais tarde, em 1752, já na condição de Distrito Colonial de Vila Rica, o nome de Itaubira do Campo , que conservou até 1923, “data em que foi elevada a Vila e à cidade, com instalação da Comarca em 1927 com o nome de Itabirito”.

Os selvagens que foram seus primeiros habitantes, ocupavam as montanhas do Espinhaço, que mais tarde passou a ser conhecida por Aredê e Arêdes, actual povoado do municipio de Itabirito.

Arêdes chegou a ser um populoso nucleo habitacional, de muitos aventureiros que aqui buscavam sua sorte nas minas.
O topónimo Itabirito deriva do Tupi e pode ser subdividido em duas palavras: “Ita” que em linguagem indígena significa “pedra” e “Birito” que quer dizer “que risca vermelho”.

Isto porque aqui existem uma das maiores jazidas de ferro do Estado de Minas Gerais, alias uma das “cobiçadas “ dos então colonizadores, dos bandeirantes e dos actuais empresários mineiros.
Acontecia 1706.

Luis de Figueiredo Monterroio era Capitão-Mor da frota de D.João V, de Portugal que, vinda da Lúdia, estava fundeada no porto do Rio de Janeiro mas ... desarvorada, desaparelhada, sem mastros devido aos temporais que a fustigaram desde que zarpara no Extremo Oriente.

Sem navios, sem meios de prosseguir viagens e depois de longo tempo no ancoradouro, Luis Figueiredo Monterroio resolveu pedir “as dispensas da Marinha Real”, o que conseguiu com facilidade mercê do conhecimento que possuía na Corte e dos feitos de marinheiro que conseguira.
Corriam então céleres as notícias sobre as jazidas de ouro com as descobertas de filões ou jazidas nas imediações de Sabará e Ouro Preto. O suficiente para que muita gente tivesse demandado o hoje interior de Minas Gerais, fundando povelos, arraiais, depois vilas e cidades.
Alias, em finais do século XVII, as descobertas de ouro nas imediações de Sabará e Ouro Preto provocaram um grande deslocamento de pessoas para a região central de Minas Gerais, atraindo colonos, imigrantes, aventureiros .
São coevos das primeiras explorações auríferas dessa época os povoamentos iniciais na Sede e nos distritos de Itabirito (Acuruí, São Gonçalo do Bação e São Gonçalo do Monte).
No grupo encontrava-se o Capitão-Mor Francisco Homem Del Rey, piloto da Nau da Boa Viagem que integrada a referida armada de D. João V, onde estava embarcado o Capitão-Mor Luis de Figueiredo Monterroio, mas que estava desgastada, que “virara de querena ao ser posta a seco na Ilha das Cobras” e que por tal foi abandonada.

A nave tinha um altar e respectivo nicho com imagem da devoção dedicado a Nossa Senhora da Boa Viagem, sua padroeira, que foi retirado.

Os “aventureiros” levaram-no então, com o restante material litúrgico, na busca de ouro que empreenderam , saindo do Porto de Parati em direcção à Serra de Itaubira , depois conhecida por Serra do Campo.

Encontrada a jazida de ouro ao fundo de uma depressão da colina que hoje ocupa Itabirito, Luis de Figueiredo Monterroio e Francisco Homem Del Rei fizeram construir uma capela centrada no retábulo e nicho de Nossa Senhora da Boa Viagem, no alto da referida colina, sendo a imagem substituída por uma outra de Madeira já na hoje Igreja Matriz, segundo explica padre Miguel Fiorillo.
Foi a freguesia elevada à condição de Paróquia em 3 de Abril de 1745 confirmada por Alvará Régio de 16 de Janeiro de 1752 . A Igreja terá sido construída entre 1710 e 1720, em estilo Barroco, à semelhança de muitas igrejas portuguesas da época, que actualmente preserva a sua traça inicial e onde o Barroco é expoente máximo.

A devoção à Nossa Senhora da Boa Viagem como “Padroeira e Rainha” da cidade e do Municpio de Itabirito foi reconhecida pelo Papa João Paulo I em 15 de Agosto de 1980, num Breve que foi o único acto Jurídico do chefe da Igreja Católica Apostólica Romana para o Brasil.
O facto de a cidade se localizar exactamente entre Ouro Preto e o antigo Curral Del Rey, mais tarde Belo Horizonte, conferiu a Itabirito uma posição estratégica singular para o transito entre ambas regiões.
A exploração do ouro na Sede e em Acuruí continuaram activas e influenciaram a economia regional até meados do século XIX, apesar dos sinais de esgotamento de boa parte das jazidas em Minas Gerais mas, a partir de 1845, a redução dos rendimentos das lavras e faiscações (forma de extração do ouro definida actualmente pela lavra do ouro aluviar) e o desabamento da Mina de Cata Branca (a principal da região) em 1844 que sepultou mais de 100 operários, sobretudo escravos, começaram a provocar um expressivo arrefecimento economico com reflexos na vida social e cultural da população local.
Contudo, esta conjuntura sócio-económica viria a modificar-se na década de 1880 com a construção da via férrea Dom Pedro II, a abertura de empresas nos ramos da Siderurgia, quando foi criado a “Usina Esperança”em 1888, iniciando sua produção em 1891, constituindo a pioneira do ramo siderúrgico na América Latina, empresas de tecidos e couro e o crescimento da população passaram a modificar a feição da Sede de Itabirito (antiga freguesia de Itabira do Campo).
Mas também o aparecimento de activcidades comerciais e , ao lado da paisagem colonial portuguesa, surgiu uma outra, a industrial, que fundamentaram de alguma forma a emancipação municipal de Itabirito em 7 de Setembro de 1923.
Itabirito está inserida actualmente na região do Quadrilátero Ferrífero. Em seu termo desenvolve-se importante atividade de exploração de minério, além de outros setores da indústria e de serviços.
Atualmente, o município desenvolve-se buscando equilibrar as necessidades do presente e a valorização do seu patrimônio cultural, referência importante sobre as histórias que antecederam ou acompanharam a formação de Itabirito.

FONTE:http://www.joaquimevonio.com/espaco/jose_domingos/jose_domingos.html

HISTORIA DO PASTEL DE ANGU

O pastel de angu foi criado no século XIX, por volta de 1851, na época em que Itabira do Campo era distrito de Ouro Preto.O cenário onde teve início a criação do "Pastel de Angu”, foi a Fazenda dos Portões, que em 1796 pertencia ao Sr. José Ferreira de Aguiar e que, com o seu falecimento em 1846 foi passado ao seus filhos. Um deles, o Sr. Benedito Ferreiro de Aguiar, em 1850 vendeu a parte que lhe cabia para o Sr. David Pereira Lima, porteira fechada, com escravos, benfeitorias e todos os animais.Relata a história, que Dona Ana Joaquina de Lima, esposa do Sr. David, tinha um bom relacionamento com as escravas e levou duas delas para dentro de casa, tirando-as da senzala.Uma era conhecida por Philó e a outra, por Maria Conga. Elas foram as primeiras a usarem a sobra de angu, principal refeição dos escravos. Na falta de uma complementação de carne, a necessidade e a criatividade das negras as fizeram usar um guisado feito com umbigo de banana, embora em algumas raríssimas ocasiões as escravas, em sua lida na cozinha, escamoteavam pedaços de carne escondendo-os nos roletes de angu e assando-os em rústicos fornos feitos com cupinzeiros.Originalmente, a forma do “Pastel de Angu” era arredondada, o recheio colocado sobre a massa era enrolado e depois achatado para ser assado, e recebiam o nome de “Boroa".Tomou a forma atual no Século XIX, por volta de 1885, pelas habilidosas mãos de Dona Ana da Prata Baêta, conhecida por “Dona Saninha da Prata” que, em 1915 passou a receita para sua nora Dona Emilia Martins Baêta, apelidada de “Dona Milota”, falecida em 1972. Dona Milota fazia os Pastéis de Angu, e os vendia como forma de ajudar nas despesas domésticas.O pastel de angu é muito difundido na cidade e sua fama e receita transpôs as fronteiras do município, sendo levadas para Belo Horizonte, ltabira, Conceição do Mato Dentro, General Carneiro, Sabará e dezenas de outras cidades, inclusive no Estado de São Paulo.Ha historia na cidade, que a família Gonçalves, teve um papel importante na divulgação desta delícia, fora de ltabirito, pois o próprio Dr. Guilherme Gonçalves em suas visitas médicas longe de ltabira do Campo, às vezes comentava sobre o delicioso “Pastel de Angu”, despertando em todos, a vontade de obter a receita.Até hoje, a receita é passada de mãe para filha, conservando fielmente o modo de fazer e como fritá-los.
Ingredientes01litro de água;½ Kg de fubá de milho moído em moinho d’água (peneirado);02 colheres de sopa de óleo;01 colher de chá de sal;01 ovo;01 pitada de bicarbonato;½ copo (americano) de polvilho azedo (peneirado);Recheio a gosto (carne moída, frango, queijo, bacalhau e umbigo de banana).
Modo de fazer
Coloque para ferver em uma panela, a água, o sal, e o óleo. Assim que estiver fervendo (borbulhando) coloque o bicarbonato e em seguida vá acrescentando fubá e vá mexendo rapidamente com uma colher de pau para não embolar.Deixe cozinhar um pouco.Depois tire do fogo e vire numa mesa (pedra), acrescente á massa o polvilho e o ovo. Sove a massa ainda quente, até ficar consistente.Enrole a massa em um pano de prato úmido depois dispense na mão um pouco de massa de angu suficiente para um pastel e com o polegar vá abrindo o centro da massa formando o local para receber o recheio coloque o recheio de sua preferência unte os dedos com óleo e feche o pastel, passe óleo na borda e com o polegar vá virando as beiradas para não abrir durante a fritura.Fritar em óleo bem quente e não mexer até que comece a dourar.
Obs: Para não queimar as mãos enquanto estiver sovando a massa, use saquinhos de plástico nas mãos.Os pastéis deverão ser feitos a mão, a massa não deverá ser aberta com rolo ou máquina.A quantidade de óleo na panela deverá ser suficiente para cobrir os pastéis para fritá-los.
Fontes de Pesquisa Utilizadas
- Versão atualizada do Inventário da Oferta Turística do Município de Itabirito – Centro Universitário Newton Paiva, 2003;
- Pesquisa de gabinete - Inventário da Oferta Turística do Município de Itabirito – Centro Universitário Newton Paiva, 2003;
- Pesquisa de gabinete - www.portalitabirito.com.br;
- Pesquisa de campo – realizado pela pesquisadora.

FOTOS ANTIGAS IV

(ESQUINA PROXIMO A CASA DA DONA LOLINHA)

( VISTA DA CIDADE)

(BAIRRO SANTA EFIGENIA)


(MONTANHAS DA ESTRADA PICO/CRISTO)







quinta-feira, 15 de julho de 2010

FOTOS ANTIGAS III

(Vista do municipio no bela vista)
( Descida da Santa)

(vejao o santo antonio e a Vila Gonçalo_Poucas casas)


(outra foto da Vila)



(relevo da cidade)

Bom zapeando na net achei uma fotos interessatissimas de nossa cidade, nao tinha a data, mas se alguem souber a data das mesmas por favor me ajudem!!!!!!!

ESTAÇÃO FERROVIARIA DE ITABIRITO(ESTAÇÃO ESPERANÇA)

(A estação em 20/07/2006.)

(A estação, em 2003.)
A ESTAÇÃO: A estação de Esperança foi inaugurada em 1891. Parece ter ficado fechada durante algum tempo nos primóridos de sua existência, pois é citado que "a 10 de junho (de 1899) reabriu-se ao tráfego a estação Esperança, entre Itabira (Itabirito) e Aguiar Moreira" (Memória Histórica da EFCB, 1908, p. 489). Nos anos 1970, o prédio original foi substituído pelo atual, feio, estilo "refesão" e hoje totalmente abandonado. Hoje, com esse prédio mais novo totalmente desfigurada, é escritório de um fabricante de artefatos de cimento. Interessante notar que a linha abandonada em frente à estação ainda é mista e termina logo após a travessia do viaduto que aparece ao fundo. A partir daí somente bitola métrica, seguindo rumo norte, para Rio Acima. A usina, ou a antiga usina, fica no outro lado do rio que corre paralelo à linha hoje abandonada.
(A estação original de Esperança, sem data)
Uma ponte de madeira e ferro, usada para o desvio de linha para a usina que ali existia, ainda está ali, servindo para carros. Do lado da usina, na entrada, uma casa de pedra e uma pequena locomotiva a vapor que era da linha particular, exposta. Do lado da linha, casas de colônia - seriam elas da usina ou da ferrovia e sinais de cruzamento de vias ferroviárias abandonados. (A estação atual, abandonada, anos 1990.)
A estação pode ser vista também de cima da ponte da rodovia que liga Itabirito a Ouro Preto. (Fontes: Vias Brasileiras de Comunicação, Max Vasconcellos, 1928; Ralph e Ana Maria Giesbrecht, pesquisa local, 2006; Pedro Paulo Rezende, 2006; Gutierrez L. Coelho, 2004; Marcelo Lordeiro; Memória Histórica da EFCB, 1908) .